O Instituto de Previdência (IPRED) de Diadema enfrenta uma grave crise financeira. Segundo o secretário de Finanças, José Luiz Gavinelli, a reserva matemática do instituto, que em 2020 somava mais de R$ 200 milhões, foi completamente zerada em janeiro de 2025. “O IPRED sobrevive apenas de receita e despesa, mas há um grande desequilíbrio de caixa”, afirmou. Para garantir o pagamento das aposentadorias e pensões, a prefeitura tem utilizado recursos públicos desde fevereiro, agravando a situação fiscal do município.
Com a chegada do meio do ano, surge um novo desafio: o pagamento de 50% do décimo terceiro salário, que praticamente dobra a folha de pagamentos do IPRED. A administração municipal tem feito aportes do Tesouro para honrar esse compromisso. “Estamos fazendo uma gestão diária do fluxo de caixa, compartilhada com a Secretaria de Finanças, para evitar impactos aos aposentados e pensionistas”, explicou Gavinelli, reconhecendo a gravidade da crise.
Além da previdência, a dívida total do município ultrapassa R$ 1,2 bilhão, dos quais R$ 900 milhões são devidos à União. O secretário revelou que o município busca renegociar esse montante, considerando que os acréscimos cobrados ao longo dos anos foram baseados em uma realidade econômica diferente. “Precisamos discutir com o STN para trazer os valores para um número razoável, porque Diadema não tem condições de pagar uma dívida bilionária com sua receita atual”, declarou.
Para melhorar a arrecadação, a prefeitura tem revisitado a legislação sobre incentivos para empresas. Gavinelli acredita que fortalecer o ambiente de negócios pode reverter o quadro. “Nosso objetivo é transformar Diadema novamente em um polo econômico atrativo”, afirmou. A administração também contratou uma equipe especializada para auditar a dívida e propor soluções que minimizem o impacto na população.